Profissionais da Educação relatam suas experiências com processo de inclusão de estudantes com deficiência ou Transtorno do Espectro Autista
A Semana Municipal da Pessoa com Deficiência acolheu na sua programação na segunda-feira, 22, um momento para relatos dos profissionais de Educação acerca de suas experiências com estudantes que possuem alguma deficiência ou Transtorno do Espectro Autista (TEA). O encontro ocorreu no Plenário da Câmara de Vereadores e foi conduzido pela professora do IFFar/FW, Graciela Fagundes Rodrigues. Além de educadores, coordenadores pedagógicos e direção das escolas, também participaram do evento o presidente do Poder Legislativo, Leandro Mazzutti e o vereador Raul Pazuch da Silva.
A maioria dos relatos foi de crianças que possuem TEA, que de acordo com os educadores tem crescido de forma considerável após a pandemia. “Todos os anos eu tive uma criança com Autismo na sala de aula, ou ela já tinha, foi diagnosticada durante o período ou ela simplesmente não teve o diagnóstico, mas nós com aquele olhar pedagógico, humano e cuidadoso percebemos que tinha então. Quero dizer que trabalhar com uma criança autista é uma experiência muito maravilhosa, única. Não posso dizer que uma experiência foi igual a outra, que eu usei o mesmo método, se funcionou ou não, só sei que tive que repensar várias vezes como eu iria trabalhar as atividades e, muitas vezes, não foi a atividade que eu precisei mudar, mas é o jeito, minhas atitudes e formas de ensinar, de chamar a criança com TEA. Eu percebi que o afeto tem mudado muito o comportamento deles, então você precisa fazer eles se sentirem mais próximos do professor”, contou a educadora da Escola Municipal Giusto Damo, Edinéia Piovesan.
Mais apoio às escolas estaduais
Em seu depoimento, a professora das Escolas Estaduais Santo Inácio e Virgínio Cerutti, Marileusa Pereira, relatou como é o trabalho na rede, feito com muito apoio dos professores e dos pais, mas que ainda é necessário que esse atendimento especializado possa contar com mais ajuda do Estado ou do Município. “Às vezes, nos sentimos abandonados, é uma barreira muito grande porque estamos sozinhos em contato com essa diversidade”, comentou
Um momento de trocas de experiências
Segundo a professora Graciela, que conduziu o encontro, no total foram compartilhados seis relatos de profissionais da rede municipal e um professora da rede estadual. “Foram relatos superinteressantes, no qual estas professoras falaram acerca de suas experiências com processos de inclusão de crianças com deficiência, com crianças com autismo, crianças surdas na rede, é um trabalho desafiador, um trabalho que evocou a necessidade cada vez mais de trabalharmos com políticas públicas e especialmente materializarmos essas políticas públicas no âmbito da educação. Além disso, outro aspecto que foi muito ressaltado no encontro é a necessidade dos apoios, uma equipe forte e estável que possa dar suporte a essas profissionais. Então foi um momento muito enriquecedor, porque as protagonistas foram as próprias professoras que fazem o cotidiano das escolas e que fazem todos os dias os processos educacionais baseados no conhecimento, na experiência e na vontade de aprender”, resumiu a educadora do IFFar.