Poder Legislativo reconhece a atuação de oito professoras com o Mérito Educacional Barril

por Gustavo Menegusso publicado 31/10/2024 16h45, última modificação 31/10/2024 16h50
Sessão Solene foi realizada na Câmara de Vereadores na noite da quinta-feira, 30
Poder Legislativo reconhece a atuação de oito professoras com o Mérito Educacional Barril

Sessão Solene ocorreu na quarta-feira, 30, no Plenário Hilário Piovesan (Foto: André Santos)

Com o velho giz que serviu para compartilhar tantos saberes, quadro negro, carteiras, lápis, cadernos e livros, muitos livros...o Plenário da Câmara de Vereadores transformou-se, na quarta-feira, 30, em uma verdadeira sala de aula para acolher com muito carinho os principais artistas da noite: as professoras Carolina Garcia da Silva, Doratília Michelon Porn, Joice Menegon Alessi, Lourdes Favero Brezinski, Natalina Favero Delavi, Nilva Maria Albarello, Rosane Maria Loose e Sonia Salete Sucolotti Panosso.

Essa foi a 3ª edição da Condecoração Mérito Educacional Barril, instituída pela Câmara de Vereadores, em 2022, por meio de um projeto de Decreto Legislativo, de autoria do presidente, Leandro Mazzutti, e aprovado por todos os parlamentares da Casa. Aliás, foi unânime também entre as bancadas os nomes das indicadas a receberem a homenagem, que foram avalizados pela Secretaria Municipal de Educação e Cultura e a Coordenaria Regional de Educação (20ª CRE).

 

Memórias que jamais serão esquecidas

O cenário foi apenas um dos elementos para deixar a Sessão Solene ainda mais especial, mas o ápice, com certeza, foi a emoção expressa pelas docentes em palavras, sorrisos e lágrimas, após a leitura dos históricos e da entrega das placas e flores. Foram memórias resgatadas, que evidenciaram um trabalho árduo e desafiador em prol da Educação, um legado que fez jus a escolha de cada uma das sete homenageadas. “Eu tive que atravessar mato de noite, muitas vezes, para poder ir nas reuniões na cidade e depois voltar para conseguir dar aulas nas escolas do interior. Tudo isso a pé, pois na época era muito difícil o transporte”, lembrou, Natalina. “Dedico esse mérito inicialmente aos meus primeiros educadores, os meus pais”, destacou Rosane, ex-secretária de Educação do município. “A vida ensina que nós viemos para esse mundo não só para prestarmos serviço a si próprio, nós temos que se doar e essa doação sempre foi a minha grande missão”, ressaltou Nilva.

 

Discursos enaltecem legado dos educadores

Para finalizar o momento solene, vereadores e demais autoridades da Mesa usaram a tribuna para deixarem uma mensagem aos professores. Além da coordenadora da 20ª CRE, Jogelci do Carmo, representando a rede estadual, também se manifestaram a secretária municipal de Educação, Marisa de Fátima Pitton Boton, que representou a rede municipal de ensino e o Poder Executivo, e os vereadores Antônio Luiz Pinheiro (MDB), Paulo Luiz Selva (PSDB), Aline Ferrari Caeran (PP) e o presidente Leandro Mazzutti (PDT), que falaram em nome de suas respectivas bancadas. “Essa singela e modesta homenagem não é tão somente porque foram educadores, mas pelo que fizeram para o desenvolvimento intelectual e social dos seus alunos e pela luta incansável pela qualidade do ensino”, frisou Pinheiro. “Falar de professora é a mesma coisa que falar de mãe porque uma professora nada mais é do que uma segunda mãe nossa”, complementou Selva. “A iniciativa de homenagear cada um de vocês, professores, transcende a simples premiação. Essa honraria é reflexo do nosso reconhecimento pela dedicação, pelo comprometimento e também pelo amor ao ensino”, destacou Aline. “Nós vemos o resultado de vocês aqui. Somente na Câmara temos advogados, engenheiros civis, professores, corretores de imóveis, dentre outras profissões, que são resultado da formação possibilitada por vocês, professores”, destacou Mazzutti.

 

As homenageadas de 2024

Carolina Garcia da Silva

Natural de Seberi, exerceu a profissão de professora por 40 anos, entre a rede municipal e a rede estadual, além de ter atuado na Secretaria Municipal de Educação, na gestão do prefeito Lindo Cerutti, e na 33ª Delegacia de Educação de FW, estabelecida entre as décadas de 1980 e 1990.

Carolina, ou Carol como também é chamada, escolheu ser professora porque ama compartilhar o que aprendeu com outras pessoas. Como docente, se habilitou na área de Licenciatura em Biologia e ocupou as salas de aulas nas séries iniciais; e na área da Matemática, para as turmas de 5ª a 8ª séries do ensino fundamental, atuando nas Escolas Estaduais Waldemar Sampaio Barros, do Distrito de Osvaldo Cruz; Álvaro Leitão, do Distrito de Laranjeiras, em Vicente Dutra; Natália Gadonski, da Linha Vila Carmo; Grupo Escolar da Cidade de Frederico Westphalen e Castelo Branco, da comunidade da Linha São João do Porto, além das Escolas Municipais Padre Afonso Correia, da Linha Lajeado Bonito; Marechal Floriano, da Linha São José; Joaquim Nabuco, da Linha Pedras Brancas e Rui Barbosa, da comunidade da Linha Getúlio Vargas.

Para Carolina, ser professora é “para além dos conhecimentos, é preciso ter muita paciência, dedicação e muito amor para moldar vidas, inspirando sonhos e guiando corações, para que assim os alunos possam fazer a diferença na sociedade”.

 

Doratília Michelon Porn

Natural de Frederico Westphalen, escolheu ser professora para contribuir na formação dos cidadãos. Teve sua formação em Português, Inglês e Literatura e atuou na Escola Dom Pedro II, em Caibi, e Modelo, na Escola Dom Helder Câmara, ambas em Santa Catarina. No Rio Grande do Sul, em FW, lecionou na Escola Sepé Tiaraju e Escola Estadual Natália Gadowski, exercendo a profissão por 35 anos. 

Para Doratília “ser professora é ter vocação e impactar a vida dos alunos, além de tornar a sociedade mais justa e igualitária”.

 

Joice Menegon Alessi

Natural de Rondinha, desde pequena brincava de escolinha como professora, assim escolheu a profissão por perceber que neste trabalho tinha alguma magia diferente, que mais tarde entendeu que é o amor. “O professor que contagia com a alegria de aprender e ensinar é porque ama gente, isso encanta e toca no coração”, destaca.

Joice teve seu primeiro trabalho remunerado aos 13 anos como babá. Aos 14 anos obteve a carteira de trabalho como caixa de supermercado na cidade de Sarandi. Aos 18 anos, ingressou na URI/FW e antes de concluir o Curso de Letras foi indicada para ser professora contratada, onde exerceu a profissão por quase 30 anos. 

Em 1982, mudou-se para FW, após o casamento com Valdir Alessi (in memoriam) com quem teve três filhas e dois netos. No município, atuou na Escola Estadual Técnica Cañellas, onde também foi vice-diretora, e na Educação de Jovens e Adultos (NEEJA), permanecendo até a aposentadoria, em 2009. Atualmente, é diretora-executiva do Escritório Alessi Contabilidade.

Para Joice “ser professora é semear sem pensar na colheita, acreditando que cada aluno é um ser que precisa brilhar e, sendo assim, devemos mostrar caminhos para ele chegar na luz”.

 

Lourdes Favero Brezinski

Com 27 anos de atuação, Lourdes escolheu ser professora por vocação, por gostar de crianças e para fazer alguma coisa útil na sociedade. Lecionou durante um ano para o município, na localidade de Rincão dos Beijos, hoje Taquaruçu do Sul. Depois foi nomeada para atuar na Escola Estadual Monsenhor Vitor Batistella, no distrito de Castelinho, onde permaneceu por 26 anos. Se formou no Curso Normal e se especializou na área de alfabetização na URI/FW.

Para Lourdes “ser professora é ter amor em ensinar e formar pessoas honestas para a vida”.

 

Natalina Favero Delavi

Escolheu ser professora por gostar de crianças e gostar de ensinar. Com sua formação no Curso Normal, conhecido também como Magistério, Natalina ocupou as salas de aula por 30 anos, atuando na Escola Liberato Salzano, da Linha Nova; Escola Silva Jardim, na Linha São Paulo; Escola Maria Falcon, do Bairro São José, antiga Vila Branca; Escola da Linha Encruzilhada e Escola de Educação Infantil Mãe de Deus, no Bairro São Francisco de Paulo. 

Para Natalina “ser professor é transmitir conhecimento, doar amor, acolher com carinho e formar o caráter para que se tornem cidadãos de bem”.

 

Nilva Albarello

Natural de Frederico Westphalen, escolheu ser professora, pois é uma profissão que permite aprendizados diários e troca de experiências. Em 49 anos de professora, teve como especialidade a área de Biologia e atuou em seis instituições de ensino, sendo elas, na Escola Padre Afonso Corrêa, hoje já extinta, Escola de Ensino Médio José Zanatta, Escola Padre Abílio Sponchiado, Escola Estadual Técnica José Cañellas e Escola de Ensino Médio da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões, URI, além de um curso pré-vestibular.

Para Nilva “o professor é a luz que guia o conhecimento, envolve a formação e o desenvolvimento de uma nova geração”.

 

Rosane Maria Loose

Natural de Frederico Westphalen, escolheu ser professora pela inspiração de sua mãe, Loiva Augusta Binotto Loose (in memoriam), que com dedicação exercia o magistério. Rosane teve sua formação no Curso Normal, na Escola Nossa Senhora Auxiliadora. Em seguida seguiu para a Graduação em Letras na URI/FW e realizou a pós-graduação em Interdisciplinaridade na mesma instituição.

Com 37 anos de atuação, lecionou inicialmente, em 1985, em um Núcleo de Pré-Escola, mantido pela prefeitura no salão comunitário do Bairro Fátima. Posteriormente, cedida pelo município, atuou como professora na Escola Estadual Nossa Senhora de Fátima. Em 1986, ao concluir o curso de magistério, atuou como docente nos anos iniciais na escola Nossa Senhora Auxiliadora até o ano de 1991.

Ao obter a aprovação no concurso estadual, assumiu docência na Escola Edgar Marques de Mattos, até 2001. Concomitante a este período, atuou, a partir de 1991, como coordenadora pedagógica na Secretaria Municipal da Educação e Cultura até 2020. Exerceu, também, função de coordenadora pedagógica na Escola Estadual Cardeal Roncalli e na Educação de Jovens e Adultos, no período da noite. Nos anos de 2021 a 2022 esteve como secretária da Educação do município.

Para Rosane “ser professor é assumir com comprometimento e amor o processo de ensino aprendizagem, pois desempenhamos papel fundamental na educação e no desenvolvimento das crianças, jovens e adultos”.

 

Sonia Salete Sucolotti Panosso

Escolheu ser professora pela possibilidade de trabalhar com pessoas, ensinando e aprendendo. Natural de Frederico Westphalen, teve sua formação em Letras, Filosofia, Direito e Gastronomia. Atuou como professora durante 20 anos nas escolas Waldemar Sampaio Barros, no distrito de Oswaldo Cruz, Escola Natalia Gadonski na Vila Carmo, Escola Estadual Técnica José Cañellas, Universidade Estadual do Rio Grande do Sul, a UERGS campus Frederico Westphalen e na Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões, a URI campus Frederico Westphalen. 

Para Sonia “ser professora é fundamentalmente gostar de pessoas e de desenvolvimento humano”.