Painel debate a visão da medicina sobre as deficiências ocultas

por Gustavo Menegusso publicado 06/09/2023 22h57, última modificação 07/10/2024 09h18
Evento realizado na quinta-feira, 31 de agosto, integrou a programação da 2ª Semana Municipal da Pessoa com Deficiência
Painel debate a visão da medicina sobre as deficiências ocultas

Painel integrou a 2ª Semana Municipal da Pessoa com Deficiência (Foto: Heloise Santi)

Com o tema “A visão da medicina sobre as deficiências ocultas”, foi realizado na quinta-feira, 31 de agosto, mais um painel da 2ª Semana Municipal da Pessoa com Deficiência. A roda de conversa contou com a participação do pediatra, Edu Barros; o neurologista, Auredi Teixeira e o psiquiatra, Augusto Göller, sob mediação do pneumologista Jorge Alan Souza.

Na ocasião foram abordadas questões sobre a neurodiversidade, que incluem o Transtorno do Espectro Autista e o TDAH, principalmente os diagnósticos, e como o acompanhamento precoce, desde a gestação, pode auxiliar no processo de identificação das deficiências ocultas, que são aquelas que não são visíveis, ou seja, que não possuem sinais físicos óbvios, como a surdez e o autismo, por exemplo.

 

A influência do ambiente e das relações

O pediatra Edu Barros ressaltou a investigação do histórico familiar, comorbidades da gestante, as condições de parto e os marcos do desenvolvimento para o diagnóstico preciso, em conjunto ao diálogo com os profissionais que acompanham o paciente.

Já o neurologista Auredi Teixeira complementou com a relevância da realização do exame clínico, que compreende avaliação física, histórica e ambiental, e também ouvir e observar o paciente, e a partir disso, se necessário, encaminhar para os exames paraclínicos, como a ressonância.

O psiquiatra Augusto Göeller destacou a questão do ambiente em que as pessoas estão inseridas, que pode prejudicar seu desenvolvimento, e isso também deve ser levado em consideração ao realizar o diagnóstico. “Alguns profissionais só olham para uma alteração comportamental, que por vezes não significa que a pessoa tenha TDAH ou deficiência intelectual e acabam deixando outras questões alheias, como, por exemplo, ansiedade e depressão”, comentou.

 

A importância da família

Outro ponto debatido foi a importância da família, como rede de apoio e suporte no diagnóstico e acompanhamento para a plena evolução, complementando o trabalho dos profissionais necessários e a medicação. “Não é só o remédio, não é só a psicóloga ou pediatra, as vezes, a precisamos dedicar um tempo a mais em escutar e a família é necessária para o acompanhamento. Nós fazemos parte de um contexto em que a família é a parte mais importante para o suporte”, ressaltou o pediatra.

O painel, que teve cerca de três horas de duração, também contou com espaço para dúvidas e questionamentos da comunidade, principalmente de quem acompanhou de forma on-line. A transmissão pode ser acessada na página da Câmara no Facebook ou no canal do YouTube.