“O nosso olhar precisa cada vez mais não ser de restrição”

por Ascom/Câmara FW publicado 25/08/2022 17h50, última modificação 07/10/2024 09h18
Durante Live da Semana Municipal da Pessoa com Deficiência, profissionais de Recursos Humanos falaram sobre inclusão no mercado de trabalho
“O nosso olhar precisa cada vez mais não ser de restrição”

Momento ocorreu na noite da quarta-feira, 24 (Foto: Gustavo Menegusso)

Integrando a programação da Primeira Semana Municipal da Pessoa com Deficiência, foi realizada na noite da quarta-feira, 24, uma Live com Profissionais de Recursos Humanos de empresas/instituições de Frederico Westphalen. A transmissão ocorreu pelas páginas da Câmara e FWTV no Facebook, mas contou com a presença de estudantes e demais representantes da comunidade, que vieram até o Plenário Hilário Piovesan acompanhar o evento.

Os convidados da Live foram o gerente de Gestão de Pessoas da Sicredi Alto Uruguai, Maigon Pires; a coordenadora de Recursos Humanos da empresa Bakof, Francine Dal Forno; a coordenadora do Núcleo de Acessibilidade da URI/FW, Vanice Hermel e a psicóloga do Setor de Recursos Humanos da universidade, Simone Pinheiro. O vereador Raul Pazuch da Silva, representando o Poder Legislativo; a consultora e psicóloga da Associação Empresarial (AEFW), Aline Galhardo; o economista e tesoureiro da Associação dos Autistas – Miguel, Adriano Reis; e Ana Grassi, representando os PCDs, também participaram do momento e fizeram suas contribuições.

Na oportunidade, cada profissional relatou como sua empresa, instituição ou cooperativa realiza a contratação de pessoas com deficiência e trouxe seu olhar sobre o tema debatido na Semana Municipal da Pessoa com Deficiência, “Inclusão: Da Escola ao Mercado de Trabalho”. “Nós falamos da sigla PCD, e o P é de Pessoa e isso traz uma simbologia muito forte. O nosso olhar ele precisa cada vez mais não ser de restrição, mas de desafiar esse PCD que ingressou ao nosso quadro de colaboradores a mostrar que ele tem um potencial absurdo. O olhar restritivo ele é muito danoso. É importante desafiarmos todas as pessoas, independente se ela tiver deficiência ou não”, comentou Pires.

 

“A vaga é para a pessoa com deficiência. É ela quem nos mostra a sua habilidade”

De acordo com Vanice, a URI possui 15 pessoas com deficiências trabalhando em todos os câmpus e a instituição possui um Núcleo de Acessibilidade, que trabalha junto com o Setor de Recursos Humanos na contratação de um PCD. “Quando eu fui chamada para compor o Núcleo da Acessibilidade da URI/FW eu fiquei muito feliz, porque eu não conseguiria pensar como eu penso a pessoa com deficiência e trabalhar numa instituição que não olhasse para a pessoa e buscasse justamente seu espaço, sua eficiência. Nossa vaga nunca é destinada para um grupo específico, é uma vaga para a pessoa com deficiência. É ela quem nos mostra a sua habilidade, a área que melhor ela pode desenvolver”, destacou a coordenadora.

 

Resistência ao mercado de trabalho por medo de perder o BPC

Uma questão levantada por Ana Grassi foi a resistência da maioria dos PCDs ao mercado de trabalho em razão do medo de perderem o Benefício de Prestação Continuada (BPC). De acordo com Francine, a empresa precisa ter o comprometimento e este cuidado para com o colaborador. “Nós fizemos a divulgação de vagas de emprego e é muito raro recebermos um currículo de uma PCD. Quero dizer aqui que nós nunca vamos pedir os requisitos para essa vaga, pois, como nossa política, é a empresa que irá se adaptar às habilidades da pessoa com deficiência. Prova disso, é que temos um colaborador com 30 anos de carteira assinada trabalhando conosco. Sobre o BPC, é logico que a empresa precisa ter um comprometimento. Quando alguém começa a trabalhar ela passará por treinamentos, contatos, avaliações, terá um feedback quase que diário. Por isso, é preciso desmistificar que a pessoa vai perder o benefício e ficar a ver navios, de forma alguma. Há todo esse cuidado”, salientou Francine.

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