“Minha rua tem nome e história”! Conheça quem foi José Cañellas

Prosseguindo com a série “Minha rua tem nome e história”, vamos conhecer neste domingo, 28, quem foi José Cañellas, personagem que dá nome à rua da nossa Prefeitura.

Iniciada no domingo, 21 de maio, essa série de conteúdos tem como objetivos mostrar para a comunidade quem são as personalidades que nomeiam as vias de Frederico Westphalen, bem como incentivar a nomeação de novas ruas a partir de nomes de pessoas que contribuíram para o desenvolvimento do nosso município.

Quem foi José Cañellas?

José Cañellas nasceu no ano de 1877, em Uruguaiana. Inicialmente, residiu em Palmeira das Missões e em 1926 migrou para a Vila Barril, tornando-se pela sua liderança e dinamismo um empresário e líder comunitário. Foi casado com Julia Ardenghi, com quem teve os filhos Manoel, Ramão, Setembrino, Pedro, Ena, Eduarina e Aracy.

Em 1926, construiu o Hotel Castello, na esquina das ruas do Comércio com a atual José Cañellas, que com o tempo, após reformas, transformou-se num grande hotel e hospedando personagens ilustres que por aqui passavam, dentre eles, o Intendente do Estado, Osvaldo Cordeiro de Farias, que cumpriu extensa agenda de visitas na região, em novembro de 1941. A possibilidade dos imigrantes, ou mesmo migrantes vindos de outras regiões, em busca de terras, tinham no Hotel Castello um ponto de referência.

Em outubro de 1928, um grupo de liderança da Vila Barril promoveu um churrasco no Hotel Castello, passando a discutir a possibilidade de solicitar ao Intendente de Palmeira das Missões a oficialização de um nome para a vila que crescia de forma muito rápida. O nome de Barril não constava nos registros.  Entre muitas possibilidades, surgiu o nome do engenheiro Frederico Westphalen, hóspede do hotel e chefe da Colonização do Norte do Estado. 

José Cañellas foi secretário da reunião, encaminhando o pedido das lideranças ao Intendente, que no dia 15 de novembro de 1928 assinou o Decreto 30, criando o 13º Distrito, denominando-o de Vila Frederico Westphalen. Com a criação do Distrito, ficou definida a data de 6 de janeiro de 1929 para instalação e posse das autoridades distritais. 

Diariamente, chegavam dezenas de famílias em busca de terras para cultivar e a facilidade para aquisição, em até 10 anos para pagar, transformou as laterais da estrada geral Palmeira-Iraí em vila. A população da vila e proximidades, em sua maioria católica, passaram a exigir a presença de um sacerdote, quando José Cañellas formou uma Comissão Pró-instalação da paróquia em FW, que ocorreu 1933.

Em 26 de dezembro de 1936, participou da Assembleia Geral de fundação do Clube Recreativo Cultural Harmonia, sendo eleito Orador Oficial nas solenidades. Também foi membro do Conselho Fiscal e, em 1954, recebeu o título de sócio benemérito do clube.

Em 1947, com a fundação do Hospital Divina Providência, Cañellas contribuiu com 5 mil cruzeiros, recebendo o título de sócio benemérito.

No dia 20 de novembro de 1949, também liderou um grupo para instalar na vila um curso ginasial, para que os jovens de FW e arredores pudessem continuar tendo acesso à educação e cultura, não precisando se deslocarem para grandes centros, como Passo Fundo ou Santa Maria.

O sonho da implantação do tão almejado Ginásio do líder visionário só viria a tornar-se realidade na década de 1960, já após a sua morte, que ocorreu em 26 de maio de 1955. Contudo, como forma de reconhecer a iniciativa e seus esforços pela educação do município, em 6 de maio de 1964 começaria a funcionar, em caráter probatório, um escola em homenagem ao seu nome, a Escola Técnica José Cañellas. A aula inaugural foi proferida pelo filho do patrono do educandário, Pedro Cañellas.

José Cañellas também deixou sua contribuição para a emancipação do município. Titular do Cartório de Registros, sua participação foi decisiva, elaborando documentos necessários ao processo.

Além da homenagem em uma das escolas mais tradicionais da cidade, FW também registra uma rua com o nome de José Cañellas, que é a mesma onde a sua família residia, a antiga Osvaldo Loureiro da Silva, iniciando na Rua do Comércio até a Rua Vicente Dutra.

 *Ascom Câmara FW, com informações do historiógrafo Wilson Ferigollo.